Etimologia e Origem
O nome da festa
supõe-se derivar de lupus (lobo). Dizia-se ter sido instituída por Evandro o
árcade, mas é possível que existisse desde o período pré-romano. Realizavam-na
na na gruta de Lupercal, no monte Palatino (uma das sete
colinas de Roma). Teria sido onde, segundo a tradição, Pã- também chamado Fauno
Luperco (o que protege do lobo), em cuja honra se fazia a festa -- tomou a
forma duma loba e amamentou os gémeos Rómulo e Remo.
Desenvolvimento
A festa da Lupercália
simbolizava a purificação que devia acontecer em Roma ao fim do ano
(que começava em Março). Anualmente, um corpo especial de sacerdotes, os luperci
sodales (amigos do lobo) eram eleitos entre os patrícios mais
ilustres da cidade.
Na data prevista,
então, os lupercos daquele ano encontravam-se na gruta Lupercal para
sacrificarem dois bodes e um cão e serem ungidos na testa
com o sangue, limpado da lâmina do sacrifício com um lã embebida em leite.
Vestiam-se então do couro dos animais, simbolizando Fauno Luperco, do
qual arrancavam tiras, chamadas februa, com as quais saíam ao redor da
colina a chicotear o povo, em especial as mulheres inférteis, que se reuniam
para assistir o festival.
Significados
A Lupercália era uma
festa de fim de ano. Acreditava-se que essa cerimônia servia para espantar os
maus espíritos e para purificar a cidade, assim como para liberar a saúde e a
fertilidade às pessoas açoitadas pelos lupercos.
A associação com a
fertilidade viria de as chicotadas deixarem a carne em cor púrpura. Essa
cor representava as prostitutas sacerdotais da Ara Máxima,
também chamadas lobas.
Tratava-se também dum
rito de passagem, simbolizando a morte e a ressurreição,
celebrando assim a vida.
Caracterizadas pela
licenciosidade, tinham características adotadas mais tarde nas festas de Carnaval.
História e Fim
A festa era tão antiga
como a própria história de Roma (sabe-se que era uma tradição forte já no tempo
de Júlio César), e tornou-se mais popular nos tempos da República romana,
quando a gruta Lupercal foi reformada por Augusto, e perdurou até aos
tempos do império e da sua queda. Esta mesma celebração foi adotada por Justiniano
I no Império do Oriente em 542, como remédio para uma peste que
já havia assolado o Egito e Constantinopla e ameaçava o
resto do império.
Em 494 d.C., o Papa Gelásio
I proibiu e condenou oficialmente essa festa pagã. Numa tentativa de
cristianizá-la, substituiu-a pelo 14 de fevereiro, dia dedicado a São
Valentim(hoje, conhecido como o dia dos namorados).
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