Manuel Blanco Rosamanta, era um ragabash nascido em 18 de outubro de 1819 em Requiero, uma pequena aldeia no Vale de Alhariz, próxima a Ourense, quase fronteira com Portugal. Rosamanta chegou a trabalhar como alfaiate e como vendedor ambulante, aproveitando-se principalmente de seu incrível senso de direção e conheceu grande parte da Espanha e de Portugal com suas andanças para vender seus objetos.
Rosamanta era um homem comum, de aparência agradável e uma baixa estatura, muito baixa por sinal, media 137 cm, era muito inteligente também, sabia ler, escrever e possuía um belo cavalo, coisas que eram muito difíceis nessa época, ter um cavalo naquela época era como ter um carro esportivo hoje em dia.
Ele era muito famoso principalmente entre as mulheres, sempre educado e disposto a ajuda-las de alguma forma, costumava realizar muitos trabalhos domésticos, ato que era intensamente mal-visto na sociedade masculina da época, alguns homens chegava a achar Rosamanta um tanto afeminado por fazer tal coisas tão bem como um dama, porém as mulheres adoravam isso nele e algumas até davam alguns “agrados” ao nobre homem.
A vida de Rosamanta mudou dramaticamente após a morte de sua esposa, ele pareceu uma tanto perdido, viajou à Galiza continuando seu ofício de ambulante, por lá ele cometeu seu primeiro assassinato, a vítima foi o guarda civil Vicente Fernández, após o crime Rosamanta foi preso e condenado a dez anos de prisão, da qual ele fugiu muito antes de cumprir a pena.
Rosamanta tinha o estranho hábito de matar e devorar suas vítimas, ato que sempre foi muito comum entre os lycans, principalmente nas guerras, onde havia muitos corpos e grande escassez de alimentos. O esquema ao qual Rosamanta enganava suas vítimas era sempre a mesma, ele se aproximava de forma gentil, prometendo emprego numa bela casa em Santander, após isso ele levava as vítimas e ao chegar num bosque qualquer ele as matava, roubava tudo, inclusive as roupas, pois ele as vendia depois, e devorava suas carnes, retornava às famílias das vítimas e dizia que tudo havia corrido com perfeição, nunca mais retornando depois disso.
As primeiras vítimas do esquema mortal de Rosamanta foram Manuela Blanco (46 anos) e sua filha Petra (seis anos). Manuela conhecia Rosamanta e o considerava um bom homem, estava passando por momentos difíceis, havia acabado de separar-se de seu marido, Rosamanta conversou com ela, deu-lhe o apoio necessário e disse que tinha uma boa solução para os problemas de Manuela, a convidou para trabalhar na casa de um religioso em Santander e ela não pensou duas vezes e aceitou o convite, como de costume, Rosamanta a levou e a matou no meio do bosque, retornando e avisando às três irmãs de Manuela que no caminho ela havia encontrado outro religioso e agora trabalhava pra ele e que logo mandaria cartas.
Em seguida veio a irmã de Manuela, Benita, de 31 anos, seu filho Francisco, de 10 anos; Josefa, 43 anos; Antonia Ruas com suas filha Peregrina e Maria que também seguiram o caminho mortal.
Porém, a sorte de Rosamanta não durou por muito tempo, o negócio com a venda das roupas acabou dando errado, quando um parente de uma das vítimas viu que uma mulher na rua vestia um vestido idêntico ao que sua irmã utilizava, e roupas iguais naquela época não eram nada comuns, o parente então perguntou a mulher onde ela havia obtido as roupas e ela disse humildemente que Rosamanta havia lhe vendido o vestido por um bom preço, as pessoas começaram a questionar sobre Rosamanta que depois disso teve de fugir para Nombela, Toledo.
Em Nombela, Rosamanta foi detido em julho de 1852 pelo crime que havia cometido contra o guarda civil, ao ser preso, Rosamanta permaneceu quieto, mas logo os seus antigos crimes vieram a tona e ele estava sendo condenado pela morte de 9 mulheres e crianças. Para defender-se ele assumiu o fato de que se transformava, mas alegou que era vítima de uma maldição que havia recebido em sua mocidade e que possuía distúrbios mentais, disse que em sua primeira transformação também encontrou com dois outros homens-lobos que eram valencianos e chamavam-se Antonio e Genaro. O escrivão, o juiz, o advogado de Rosamanta, Jacinto Paz Rivero, e os guardas ficaram perplexos diante de tal história.
O juiz curioso fez diversas perguntas à Rosamanta, que as respondeu com total calma e convicção, assumindo ter matado as vítimas. Rosamanta foi mandado a vários médicos para que estudassem sua sanidade mental, caso fosse comprovado que ele não era louco, ele iria ser condenado à pena de morte no garrote vil.
Os médicos chegaram à conclusão de que ele padecia de licantropia, o advogado de Rosamanta pediu ao juiz que não condenasse seu cliente, pois ele tratava-se de um homem demente, que não tinha noção de seus atos, crendo ser um homem-lobo amaldiçoado. Rosamanta depois de tudo ainda chegou a assumir mais quatro assassinatos, elevando a 13 o seu número de vítimas.
Rivero tentou de todas as formas salvar Rosamanta da morte, mas o próprio Rosamanta não colaborava com nada, assumia todos os crimes e ainda acrescentava mais alguns. Em abril de 1853 ele chega a ser condenado ao garrote vil, mas por meio da Rainha Isabel II ele tem a pena revogada. A Rainha recebeu uma carta de certo hipnotizador francês chamado Philips que disse que poderia tratar de Rosamanta.
Com a prisão revogada, Rosamanta foi condenado à prisão perpétua em Alhariz. Até hoje não se sabe ao certo que fim teve Rosamanta, dizem que ele morreu pouco depois de sua prisão por suicídio, quatro de agosto de 1853, outros afirmam que ele veio morrer muito depois em La Coruña.
Um comentário:
Essa é a parte do lobisomem "mais monstro", que Hollywood costuma estereotipar. Tenho um ponto de vista que quando um personagem recebe a maldição do lobisomem, ele vira o famoso lupino que ataca por pura malignitude ou total descontrole, isso porque essas características já existia em sua forma humana, como Serial Killers/psicopatia. Não ligo a uma característica/ferocidade do animal, principalmente quando esse animal é o lobo.
Interessante esse misticismo envolta dessas personalidades.
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