quinta-feira, 21 de junho de 2012

Puritanos e as Bruxas de Salem


 
Massachusetts foi uma colônia britânica na América do Norte fundada por puritanos descontentes com a Igreja Inglesa. Suas posições calvinistas eram mais conservadoras do que as de outros grupos protestantes.

Os puritanos desejavam uma Igreja forte que tivesse poderes civis. Esse ideal gerou leis como a de que somente os membros da Igreja Puritana tinham direito ao voto a cargos públicos. Em Masschusetts tornou-se obrigatória à presença da Igreja nas cerimonias oficiais do Estado. Além disso, os novos credos passavam pela aprovação da Igreja e do Estado, e a desobediência às rígidas normas doutrinais era punida conjuntamente.

A característica autoritária dessa associação Igreja-Estado desembocou numa perseguição implacável a todas as formas de contestação reais ou imaginárias. Em 1692, na cidade de Salem um grupo de adolescentes acusou várias pessoas da comunidade de enfeitiça-las, dando inicio a um surto de bruxaria. Apesar de esse tipo de acusação ser comum no período de Salem, os acontecimentos levaram a cidade à histeria coletiva. Tudo era atribuído às ações do demônio: moças que olhavam pelo chão aos gritos, pessoas que caiam doentes sem causa aparente ou que não acordavam pela manha, animais que morriam e até as árvores que secavam.

Os acusados eram convocados a comparecer diante de um juiz que colocava frente a frente com seu acusador. Era comum as moças “enfeitiçadas” terem novo ataque histérico diante do réu. Os “bruxos” eram enviados à prisão e examinados, pois se acreditava que intimidades com o demônio deixavam marcas no corpo, como tumores, manchas, polegares deformados, etc.

As acusações atingiam pessoas de todos os níveis, ate mesmo as que gozavam de alto prestígio social. Submetidas à tortura, muitas confessavam ter relações com o demônio e haver realizado feitiços. Tais acontecimentos faziam parte de um mundo cristão, cuja crença nas forças do mal e sua ação efetiva no mundo eram incontestável. Sem duvida, contribuíram para o episodio de Salem as inflamadas pregações dos pastores como Cotton Mather, autor de um dos mais influentes livros do período, “As maravilhas do mundo invisível”. No livro, ele descreve com minúcias as forças malignas que incidiam sobre o mundo.

O caso de Salem recebeu diversas explicações. As de caráter psicológicos enfatizaram a supervalorização demoníaca de conflitos comuns, como entre pais e filhos, por exemplo. Também ressaltaram que, numa vida extremamente regrada pela dura doutrina calvinista, a possessão demoníaca era uma porta de saída.

Outras abordagens ressaltam as tensões sociais internas das colônias, onde acusar um rival tinha grande peso e efeito politico. Além disso, a Nova Inglaterra vivia em estado de tensão decorrente dos conflitos entre indígenas e puritanos. Muitos colonos haviam sido mortos ou capturados. Também foram colocados questão as frustações dos protestantes, que esperavam construir na América um mundo regido pelas leis de Deus e da Bíblia.


Independentemente do que as originaram, as tensões permaneceram.

Os pastores puritanos viram no surto de bruxaria um modo de recuperar o controle e o entusiasmo do grupo, atribuindo todos os problemas a atuação do demônio. O saldo final dos acontecimentos de Salem foi à prisão de mais de duzentas pessoas e a execução de seis homens e de quatorze mulheres.


Fonte: Ser Protagonista História 2° Ano por Fausto Henrique e Marcos Alexandre. SM EDIÇÕES

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.