A Lei do Lobisomem

Em muitos países os Lupinos não são levados a sério, podendo ser apenas reconhecido como uma lenda qualquer. Na Argentina somos levados bem a sério, a ponto de nossa existência influenciar na criação de uma Lei, dando início a uma história que mistura a origem Lupina com a Ditadura Militar Argentina.

Muitos pais temiam o nascimento do sétimo filho devido as condições licantrópicas da criança e a grande discriminação que ela e a família sofreriam. Ser afilhado do Presidente, mesmo que você seja um Lobisomem numa sociedade de humanos racistas, ajudaria bastante. E foi exatamente isso que foi feito pelo Presidente Juan Domingo Perón em seu último governo, além de apadrinhar o sétimo filho homem, também havia o benefício de bolsas de estudo para toda a vida e uma medalha de Ouro (uma medalha de prata não ia pegar muito bem).

O costume de apadrinhar o sétimo filho veio ainda antes, quando um casal de imigrantes alemães que havia residido na Rússia – Enrique Brost e Apolonia Holmann – teve seu sétimo filho homem, José Brost, na cidade bonaerense de Coronel Pringles e pediram ao presidente José Figueroa Alcorta que fosse o padrinho. Eles argumentaram que na Rússia, país onde haviam morado, era tradição o Czar apadrinhar a criança para quebrar o “feitiço” do sétimo filho. E, já que estavam na Argentina, pretendiam conseguir essa “garantia” por parte do presidente Figueroa Alcorta. O aristocrático presidente concordou sem relutar.

Os anos se passaram e o medo pelos Lobisomens acabou diminuindo, mas o costume do batizado permaneceu. E, em 1973 foi mais reforçado ao transformado em Lei (Nº 20.843) exatamente pelo Presidente Juan Domingo Perón.

Em 2008 a então Presidente Cristina Kirchner assina um decreto onde também inclui o apadrinhamento da sétima filha, assim dando o privilégio também as meninas-lobas.