terça-feira, 12 de junho de 2012

Guerreiros Licantropos



No medievo, alguns homens chegaram ao extremo da moral guerreira, e acreditavam que nenhum armamento poderia provocar ferimentos: eram chamados de berserki, os guerreiros do Deus Odin, que lutavam inspirados por um frenesi divino.

"Seus homens precipitavam-se à frente sem proteção e eram insanos como cães e lobos. Eles mordiam seus escudos e eram fortes como ursos e touros, e matavam homens com um golpe [apenas]. Nem fogo ou ferro podia pará-los. Isto [o transe] era chamado berserkergangr (Ynglinga saga, VI)."

A origem da palavra berserkr é desconhecida mas acredita-se que signifique "sem camisa" em referência aos guerreiros que lutavam sem proteção. Outros sugerem que apalavra seja um misto dos radicais -ber (do germânico bär, urso) e -serk (do escocês sark, camisa). Alguns não optam por não vincular o sufixo berr- apenas ao urso, mas ao estado de nudez ou ausência, e também lembremos do fato que os berkerkr não ligam-se ao animal urso especificamente, mas sim à animalidade, à ferocidade. Ainda é possível ligar o radical ao verbo bero, que significa combater ou golpear.


Entendemos que as feras em geral são associadas à coragem e à virtude guerreira, sendo possível estender o vínculo aos "Peles de Lobo" escandinavos. 

Sendo feito esse vínculo, é importante realizar um levantamento a nosso respeito, dos Guerreiros-Lobos, para melhor entender nossas características.

"Quais são, portanto, as obras do diabo? Estas são: a soberba, a idolatria, a inveja, o homicídio, (...), a ira,a magia, executar encantos e sortilégios, crer em bruxas e em fictícios lobisomens, cometer aborto, desobedecer ao Senhor, ter filactérias (BONIFACIUS, Sermo XV)"


Entendemos que as feras em geral são associadas à coragem e à virtude guerreira, sendo possível estender o vínculo aos "Peles de Lobo" escandinavos.
Sendo feito esse vínculo, é importante realizar um levantamento a nosso respeito, dos Guerreiros-Lobos, para melhorentender nossas características. 

"Quais são, portanto, as obras do diabo? Estas são: a soberba, a idolatria, a inveja,o homicídio, (...), a ira, a magia, executar encantos e sortilégios, crer embruxas e em fictícios lobisomens, cometer aborto, desobedecer ao Senhor, terfilactérias (BONIFACIUS, Sermo XV)"

 A visão da Igreja era clara quanto à Licantropia: ela estava associada diretamente com várias formas de encantamento. Com o avançar do século VIII, tanto as bruxas quanto os lobisomens passaram a realizar um crime não só contra a sociedade, mas também um grave pecado para com Deus (RUSSEL, 1972, 64-65).



Tamanha era a repulsa pelo Homem Lobo que na própria bíblia vemos as referências nefastas tanto ao lobo como ao urso, além de associações destes animais ao paganismo germano-escandinavo e o terror imposto por guerreiros germânicos que na Era das Invasões Vikings caiam em frenesi lupino à olhos nus. Os guerreiros usavam desse fato para garantir a vitória nas guerras sem ao menos precisar guerrear. Era a guerra vencida pelo medo. Como resultado óbvio, os adversários fugiam ao imaginar o combate com inimigos sobre-humanos. Apesar de o relato ser sucinto quanto a qualquer crença na manifestação licantrópica, a força e a jovialidade eram perfeitas alidas ao urso e ao lobo, respectivamente.

De acordo com a Historiadora Hilda Roderick Ellis Davidson, "o urso parece simbolizar o campeão solitário, lutando um combate singular e liderando seus homens. O lobo pode simbolizar um fora-da-lei, que vigia a sociedade, mas também o jovem guerreiro que, se escondendo na floresta, espera a oportunidade de executar um feito de vingança (DAVIDSON, 1988, 79)."

As representações de guerreiros com cabeças caninas ou lupinas também estão presentes em indícios arqueológicos do século VI e VII. Uma matriz para fundição encontrada em Öland mostra um guerreiro com uma máscara canídea, armado e com braços e pernas em forma humana. Próximo a ele, há uma figura caolha que provavelmente represente o Deus Odin.

A crença da Licantropia aparece na Volsunga saga, onde o herói Sigmund e seu filho Sinfjotli vestiam peles de Lobo, falavam a língua dos animais e uivavam no momento do ataque.
 

I Encontro de História Militar Antiga e Medieval


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