Vendo a cena de Sam pegando a arma, a moça pareceu receosa.
- Calmez-vous Monsieur Arcanjo, eu não sou uma policial.
- Eu sei, apenas entre com bastante calma e não faça movimentos bruscos.
Trêmula, a jovem adentra no apartamento escuro do Arcanjo. Com bastante calma ele pousa a arma em cima da mesinha de centro da sala de estar.
- Vê? Eu não vou atirar, só quero comer minha pizza e saber o que exatamente você quer aqui na minha casa.
Os olhos negros fixavam-se na Magnum prateada sobre a mesa, mas gaguejando de medo ela começa a falar um pouco de si. Chamava-se Blanca Évêque, uma repórter francesa que viu em Sammuel a oportunidade de escrever uma boa matéria, quem sabe a melhor de sua vida toda.
- E como descobriu onde eu moro?
- Sabe aquele homme... Stephano Rossi eu acho...
- Sim, o matei ontem pela manhã.
- Magnifique! Eu me passei por agente do FBI e il m'a dit exactement tudo que eu precisava saber de vous.
Sammuel arrependeu-se por não tê-lo matado antes, realmente devia ter feito isso com antecedência.
- Então quer dizer que a moça gosta de criminosos?
Sorrindo, ela olha Sam nos olhos e responde:
- Eu me apaixonei pela sua histoire, monsieur Arcanjo!
A curiosidade era inevitável. Quem estava espalhando a “Lenda do Arcanjo” pelos quatro cantos do mundo? Sam queria saber como que uma jovem repórter francesa sabia tanto a seu respeito, a ponto de querer escrever sobre ele.
- Numa belle nuit parisiense, eu conheci um homme chamado Theo...
Os olhos de Sam quase saltaram das órbitas quando ouviu o nome que Blanca acabara de falar.
- Theo Nesset?!
- Oui! Theo... Um Américain de pais suecos qui m'a contou um pouco de sua vida sofrida e de como sofreu com a partida do amigo, você era o amigo! Notei que quanto mais ele bebia, mais falava de você e menos dele, logo, então tombé en amour pelo tal Sammuel Stuart. Você tem uma histoire e tanto monsieur Arcanjo!
Não agradou muito a Sam saber que Theo não o tinha esquecido mesmo depois de tanto tempo.
- Monsieur Arcanjo? Importaria se por acaso eu ouvert la pizza?
- Não, imagina! Sinta-se a vontade!
Continua...
Gabriel D'Amorim
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