sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Elementar Meu Caro! (Parte VII) - A Francesa



Vendo a cena de Sam pegando a arma, a moça pareceu receosa.

- Calmez-vous Monsieur Arcanjo, eu não sou uma policial.
- Eu sei, apenas entre com bastante calma e não faça movimentos bruscos.

Trêmula, a jovem adentra no apartamento escuro do Arcanjo. Com bastante calma ele pousa a arma em cima da mesinha de centro da sala de estar.

- Vê? Eu não vou atirar, só quero comer minha pizza e saber o que exatamente você quer aqui na minha casa.

Os olhos negros fixavam-se na Magnum prateada sobre a mesa, mas gaguejando de medo ela começa a falar um pouco de si. Chamava-se Blanca Évêque, uma repórter francesa que viu em Sammuel a oportunidade de escrever uma boa matéria, quem sabe a melhor de sua vida toda.

- E como descobriu onde eu moro?
- Sabe aquele homme... Stephano Rossi eu acho...
- Sim, o matei ontem pela manhã.
- Magnifique! Eu me passei por agente do FBI e il m'a dit exactement tudo que eu precisava saber de vous.

Sammuel arrependeu-se por não tê-lo matado antes, realmente devia ter feito isso com antecedência.

- Então quer dizer que a moça gosta de criminosos?

Sorrindo, ela olha Sam nos olhos e responde:

- Eu me apaixonei pela sua histoire, monsieur Arcanjo!

A curiosidade era inevitável. Quem estava espalhando a “Lenda do Arcanjo” pelos quatro cantos do mundo? Sam queria saber como que uma jovem repórter francesa sabia tanto a seu respeito, a ponto de querer escrever sobre ele.

- Numa belle nuit parisiense, eu conheci um homme chamado Theo...

Os olhos de Sam quase saltaram das órbitas quando ouviu o nome que Blanca acabara de falar.

- Theo Nesset?!

- Oui! Theo... Um Américain de pais suecos qui m'a contou um pouco de sua vida sofrida e de como sofreu com a partida do amigo, você era o amigo! Notei que quanto mais ele bebia, mais falava de você e menos dele, logo, então tombé en amour pelo tal Sammuel Stuart. Você tem uma histoire e tanto monsieur Arcanjo!

Não agradou muito a Sam saber que Theo não o tinha esquecido mesmo depois de tanto tempo.

- Monsieur Arcanjo? Importaria se por acaso eu ouvert la pizza?
- Não, imagina! Sinta-se a vontade!

Continua...
Gabriel D'Amorim

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