No medievo, alguns homens chegaram
ao extremo da moral guerreira, e acreditavam que nenhum armamento poderia
provocar ferimentos: eram chamados de berserki, os guerreiros do Deus Odin, que
lutavam inspirados por um frenesi divino.
"Seus homens precipitavam-se à frente sem proteção e eram insanos como cães e lobos. Eles mordiam seus escudos e eram fortes como ursos e touros, e matavam homens com um golpe [apenas]. Nem fogo ou ferro podia pará-los. Isto [o transe] era chamado berserkergangr (Ynglinga saga, VI)."
A origem da palavra berserkr é
desconhecida mas acredita-se que signifique "sem camisa" em
referência aos guerreiros que lutavam sem proteção. Outros sugerem que apalavra
seja um misto dos radicais -ber (do germânico bär, urso) e -serk (do escocês
sark, camisa). Alguns não optam por não vincular o sufixo berr- apenas ao urso,
mas ao estado de nudez ou ausência, e também lembremos do fato que os berkerkr
não ligam-se ao animal urso especificamente, mas sim à animalidade, à ferocidade.
Ainda é possível ligar o radical ao verbo bero, que significa combater ou
golpear.
Entendemos que as feras em geral são associadas à coragem e à
virtude guerreira, sendo possível estender o vínculo aos "Peles de
Lobo" escandinavos.
Sendo feito esse vínculo, é importante realizar um
levantamento a nosso respeito, dos Guerreiros-Lobos, para melhor entender
nossas características.
"Quais são, portanto, as obras do diabo? Estas são: a soberba, a idolatria, a inveja, o homicídio, (...), a ira,a magia, executar encantos e sortilégios, crer em bruxas e em fictícios lobisomens, cometer aborto, desobedecer ao Senhor, ter filactérias (BONIFACIUS, Sermo XV)"
Entendemos que as feras em geral são associadas à coragem e à
virtude guerreira, sendo possível estender o vínculo aos "Peles de
Lobo" escandinavos.
Sendo
feito esse vínculo, é importante realizar um levantamento a nosso respeito, dos
Guerreiros-Lobos, para melhorentender nossas características.
"Quais
são, portanto, as obras do diabo? Estas são: a soberba, a idolatria, a inveja,o
homicídio, (...), a ira, a magia, executar encantos e sortilégios, crer
embruxas e em fictícios lobisomens, cometer aborto, desobedecer ao Senhor,
terfilactérias (BONIFACIUS, Sermo XV)"
A visão da Igreja era clara quanto à Licantropia: ela estava associada
diretamente com várias formas de encantamento. Com o avançar do século VIII,
tanto as bruxas quanto os lobisomens passaram a realizar um crime não só contra
a sociedade, mas também um grave pecado para com Deus (RUSSEL, 1972, 64-65).
Tamanha era a repulsa pelo Homem Lobo que na própria bíblia
vemos as referências nefastas tanto ao lobo como ao urso, além de associações
destes animais ao paganismo germano-escandinavo e o terror imposto por
guerreiros germânicos que na Era das Invasões Vikings caiam em frenesi lupino à
olhos nus. Os guerreiros usavam desse fato para garantir a vitória nas guerras
sem ao menos precisar guerrear. Era a guerra vencida pelo medo. Como resultado
óbvio, os adversários fugiam ao imaginar o combate com inimigos sobre-humanos.
Apesar de o relato ser sucinto quanto a qualquer crença na manifestação
licantrópica, a força e a jovialidade eram perfeitas alidas ao urso e ao lobo,
respectivamente.
De acordo com a Historiadora Hilda Roderick Ellis Davidson, "o urso parece
simbolizar o campeão solitário, lutando um combate singular e liderando seus
homens. O lobo pode simbolizar um fora-da-lei, que vigia a sociedade, mas
também o jovem guerreiro que, se escondendo na floresta, espera a oportunidade
de executar um feito de vingança (DAVIDSON, 1988, 79)."
As representações de guerreiros com cabeças caninas ou lupinas também estão presentes
em indícios arqueológicos do século VI e VII. Uma matriz para fundição
encontrada em Öland mostra um guerreiro com uma máscara canídea, armado e com
braços e pernas em forma humana. Próximo a ele, há uma figura caolha que
provavelmente represente o Deus Odin.
A crença da Licantropia aparece na Volsunga saga, onde o herói Sigmund
e seu filho Sinfjotli vestiam peles de Lobo, falavam a língua dos animais e
uivavam no momento do ataque.
I
Encontro de História Militar Antiga e Medieval
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