terça-feira, 22 de setembro de 2009

O Lycan Alado

A lenda fala da história de amor entre dois lycans, que após algumas desventuras teve um triste final. Essa estória é muito conhecida entre nós lycan, pois é muito comum os nossos pais nos contarem várias lendas antes de irmos dormir ou em encontros familiares, e como toda boa lenda, essa começa mais ou menos assim...

Há muito tempo atrás, um jovem cavaleiro lycan chamado Javier, se apaixona pela mais bela, doce e meiga lupina já existente na face da Terra, a belíssima Diana. Javier era muito conhecido por toda Hispânia não apenas pela riqueza de sua família, mas também por ser um exímio guerreiro na arte da espada. Diana também descendia de uma família muito bem favorecida, seus pais eram comerciantes árabes e haviam se mudado para aquela área recentemente, fugindo do jihad que perseguia a todos que não seguiam a religião islâmica.
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O encontro de Javier e Diana parecia ter sido manipulado por Luna desde o principio, ambos possuíam o mesmo algúrio, ahroun, e numa linda noite de lua cheia eles saíram para libertarem-se de suas formas humanas e sentir o poder e a liberdade que forma lupina fazia correr por seus corpos. Aquela noite parecia bem mais clara que as anteriores e entre ulos e uivos os grupos de lycans se espalhavam pela imensa floresta. Os momentos de euforia seguiam noite adentro e o encontro entre os dois parecia a cada momento mais inevitável, como num raio os olhos deles se encontraram e aquilo tinha sido fatal, ao ver as feições de ambos poderíamos jurar que naquele momento ocorreria a mais sangrenta batalha entre dois lycans, mas, não era bem isso que aquele olhar ameaçador realmente queria dizer. A paixão os havia pegado de jeito, um já sabia que queria o outro ao seu lado para o resto de suas vidas, nunca havia se tomado conhecimento de um amor tão verdadeiro quanto aquele, era algo tão incrível que eles não apenas se olhavam, eles contemplavam um a beleza do outro naquele momento.
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A noite tinha sido perfeita pelo menos perfeita aos olhos que qualquer um lycan. Já chegando o acordar do sol o casal se separa e cada um volta a sua devida residência. Logo de manhã, já em suas formas humanas eles saem pela cidade à procura do outro para que pudessem conversar sobre tudo aquilo que havia acontecido na noite anterior. Javier parecia sério, puxou Diana pelo braço e a sentou numa cadeira, contou-a que de fato estava perdidamente apaixonado por ela, mas sua família o havia prometido a outra lupina num acordo matrimonial e que o amor deles só poderia se concretizar as escondidas, pois as regras do acordo eram muito claras e rígidas e jamais poderiam ser quebradas. Diana ouvia tudo tranquilamente, mas não demonstrava em nenhum momento o sofrimento e destruição que cada palavra estava causando em seu peito.
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Javier calou-se e Diana levantou-se e saiu rapidamente, sem dizer uma única palavra, por dentro ela já sabia que seu destino estava selado, naquele mesmo dia ela iria tirar a própria vida. Ao fim de tarde a notícia já corria por todos os cantos, a jovem Diana havia se matado em seu quarto com uma espada encravada bem no coração, Javier ao ouvir a notícia entrou em total estado de choque e um enorme remorso invadiu seu peito. Javier correu em direção a floresta onde gritava suplicando a Luna que trouxesse a alma de sua amada, porém ele sabia que tudo aquilo era inútil, pois a alma de um suicida jamais regressa. Vendo que Luna não podia ajudá-lo o jovem cavaleiro procurou auxilio as forças do mal. Dessa vez ocorreu um forte estrondo e um homem muito bem vestido saiu por trás de algumas árvores. O homem contemplou Javier com um imenso sorriso e perguntou em que poderia ajudá-lo, o lycan então diz que quer asas pra poder voar até a morada dos espíritos e lá encontrar sua amada, o homem novamente sorri e diz que pode sim ajudar a Javier, mas precisaria de algo em troca. Javier interrompe o falatório do homem e já afirma que aceita todas as condições impostas sem ao menos tomar conhecimento do que se trata tal troca.
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Regressando pra casa, Javier sente a culpa pela morte de Diana crescer em seu peito, era um aperto gigantesco, os seus pais estavam muito preocupados, pois sempre que saia de casa ele costumava dar alguma satisfação de o que iria fazer. Seu pai notou algo diferente no rapaz, sua face estava com uma expressão diferente e os olhos não apresentavam brilho algum, como se não tivesse alma habitando seu corpo. A mãe de Javier ficou preocupada e quis ir conversar com o rapaz, porém o pai proibiu-a de agir, até porque é muito comum entre os lycans esse tipo de ação, os lycans precisam aprender a superar seus problemas e principalmente suas perdas para assim provar que merecem mesmo a honra de suas famílias.
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Um novo dia nasceu. Javier acordou-se bem cedo, quase nem havia dormido pensando na morte de sua amada e no reencontro dos dois, ao levantar-se sentiu um peso diferente em suas costas e correu pra olhar no espelho, virou-se e viu enormes asas em suas costas, elas eram incríveis, recobertas com uma fina camada de pêlos negros encaracolados. Davam a ele certa aparência angelical que era desfeita pelos olhos desalmados que ele apresentara.

Mesmo com o espírito totalmente destruído, Javier ainda podia sentir um leve calor da chama da esperança aquecendo seu peito. Agora parecia um pouco mais contente, subiu ao ponto mais alto de sua residência e de lá saltou, o salto significava muito mais, não era a sensação da liberdade do vôo que o alegrava, era de fato a sensação de que iria encontrar de novo sua amada e que se fosse preciso, ele voaria até o infinito. A princípio o vôo parece muito estranho, leva-se um certo tempo até pegar o jeito da coisa, mas logo ele pegava altura e voava cada vez mais rápido. Javier precisava suplicar pelo perdão de Diana, o que ele a tinha feito sentir era imperdoável, agora entedia o estrago que tinha feito a ela, ele também sentia dor igual ou superior a que Diana tinha sentido com cada palavra dele.
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Há algumas horas ele voava e notou que não chegava a lugar algum, e jamais conseguiria, não seria bem por aqueles meios que ele iria conseguir se encontrar com Diana. A agonia toma novamente o peito de Javier, a chama da esperança estava se extinguindo. O lycan recuou o rapidamente, chegou à floresta e chamou, em vão, pelo homem que havia lhe dado às asas, porém já era tarde demais, o acordo uma vez concretizado jamais poderia ser desfeito. Javier alçou vôo novamente, ia na direção de sua residência, tinha uma nova idéia na cabeça, um novo meio de reencontrar Diana, iria encontra-la da mesma forma a qual ele a havia perdido, logo chegou em casa foi a procura de sua enorme espada, estava decidido a também perder a vida, seria um sacrifício na medida, até porque em breve teria a recompensa de Diana novamente em seus braços.
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A morte não o assustava, nunca havia sentido medo da morte, ia contra os princípios de um lycan e mais ainda contra os princípios de um ahroun sentir medo da morte. Javier decidira que queria uma morte rápida, assim como havia sido a de Diana, encostou a ponta da espada no peito e empurrou com muita força, algo estranho acontecia, Javier notou que não jorrou se quer uma só gota de sangue do corte e ele não sentia dor alguma. De verdade tudo estava começando a parecer estranho. Javier retirou a espada, passou a mão no corte e sentiu que não havia marca alguma ali. No contrato, ao receber as asas, javier perdera sua alma e nada poderia matá-lo. A dor de não poder matar-se o corroia por inteiro, agora ele era um ser amaldiçoado, seria eternamente um homem carregado pela culpa da morte da mulher que ele amara de verdade, e pior, iria ver cada pessoa que ele ama, cada um de seus entes queridos, morrer, e ao fim de tudo, estaria sozinho, culpado, sentindo o remorso eterno de todas as mortes que passariam na frente de seus olhos.

Um comentário:

WICCA disse...

NOSSA Q HISTORIA INCRIVEL MERECI SE TORNAR UMA SAGA.PARABENS AGORA EU QUERIA SABER ATÉ Q PONTO TEM DE VERESSIDADE E CRIATIVIDADE NESSE CONTO ? NOVAMENTE PARANBENS PELO CONTO; AGORA TENHO UMA NOVA VISÃO DOS LYCANS.
ASS.: WICCA

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