Os lobisomens conseguem uivar com os
lobos, mas também podem usar os uivos
para transmitir mais do que simples expressões de emoção. Esses uivos não são
latidos, ganidos e nem mesmo uivos de cães e lobos. O equivalente humano mais
próximo de um uivo de lobisomem é uma declamação meio improvisada de um poema
épico. Um uivo pode durar dez minutos, uma hora ou parte da noite. Metade do
uivo tem que ser fiel ao original, a outra metade é improvisado: uma forma de
arte nascida da fusão do instinto animal com a poesia humana.
Assim
como os lobos, os lobisomens também uivam juntos. Os lobos evitam
instintivamente uivar ao mesmo tom e sempre acrescentam notas discordantes ao
tema principal do uivo. Um único lobisomem lidera o uivo da alcatéia, mas seus
companheiros acrescentam glosas, nuances e respostas ritualizadas.
Os
uivos formais de fato têm títulos, tal como as músicas tem nomes para os seres
humanos. Alguns têm nomes que não foram traduzidos para a linguagem humana por
motivos diversos. Muitos lupinos tiveram gravações desses uivos, mas boa parte
das gravações foi destruída, hoje em dia os cânticos vivem somente na voz das
alcatéias mais antigas.
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