sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Criando um Lobisomem


Desde pequena, sempre fui fascinada pela figura do lobisomem, que, por se transformar em um ser metade homem e metade lobo, é um solitário, mata selvagemente e nunca consegue criar vínculos. Penso que o lobisomem pode se referir ao lado bestial que dorme dentro de cada ser humano. Quando o homem está transformado, ele não raciocina, segue apenas o instinto assassino que está latente, adormecido nele, esperando a hora de despertar para matar e destruir.

Ser lobisomem é ter poder, mas esse poder também é uma desgr
aça, porque impede o portador da maldição de ter uma vida normal. Por ter em eu interior uma besta incontrolável, ele não pode se adaptar às regras da sociedade, sendo, consequentemente, um marginal. Ele tem força sobre-humana, sentidos aguçados e se cura rápido, mas, em compensação, não pode desfrutar dos prazeres normais que, para a maioria das pessoas são tão acessíveis.

Pensando nessas características, escrevi o meu conto Nas Noites de lua cheia, narrado em primeira pessoa por Íris, uma jovem delicada que dança balé e está sozinha no mundo. Íris mora em uma cidade pequena, onde está havendo mortes inexplicáveis e violentas. Ao mesmo tempo, ela conhece o misterioso Germano, homem que a fascina e assusta. Germano é um solitário que leva uma vida errante e parece carregar uma enorme dor. Íris começa a se envolver com ele e descobre que ele é um lobisomem. Logo, surgem os conflitos. Apesar de ficar horrorizada com as mortes brutais causadas pelo lobisomem, Íris não consegue achar que Germano é um monstro e ele, que quer se manter longe dela para protegê-la, sofre por não poder amá-la como um homem normal.

Nessa história, pensei em botar o amor como uma força poderosa, mais forte do que a bestialidade. Mesmo quando ele está transformado, o amor que ele sente por Íris se sobrepõe à fera. Porém, ele sabe que será um peso na vida dela, pois não é inteiramente homem, por possuir um lado besta que não consegue frear e o faz matar descontroladamente.

A delicadeza de Íris aparece como contraponto à brutalidade do lobisomem, domando o instinto assassino da fera e fazendo-o se acalmar. Ela consegue fazer com que a humanidade dormente nele reapareça, ainda que sutilmente, mas não é capaz de fazê-lo vencer totalmente a maldição e isso prova que eles nunca viverão uma vida normal. O lobisomem sempre estará entre eles. Por isso, Germano decide que o melhor a fazer é partir. Partindo, ele renuncia a ela, para que ela, livre dele, possa ter uma vida verdadeira. O que em outras condições, seria uma covardia, um abandono, representa um sacrifício da parte de Germano, que não quer que Íris sofra ao lado dele.

Porém, sem que ele saiba, plantou uma semente nela. Íris engravida e teme pelo futuro do filho. Será que a criança herdará a maldição? Ainda que Germano tenha ficado pouco tempo em sua vida, ambos estabeleceram um vínculo através do amor que viveram e da criança nascida, que é um menino muito parecido com ele.

Maria Cândida Vieira
Campina Grande/PB - Brasil

Um comentário:

Anônimo disse...

achei bem legal seu post e me interesso por lycans especialmente os mais selvagens pois nao tem que se preucuparem com os perigos da sociedade podem viver por si mesmo eu tenho um colega que ja fez parte de uma seita satanica e vampíristica na qual pra vc ser aceito vc tem que matar um lobo e 2,35 metros depois me add no face ou msn face: lokodane@hotmail.com msn:lokodane@hotmail.com

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