De 1890 a 1930, no Oeste dos EUA, pelo menos 59 lobos se tornaram conhecidos por ter matado em média, 57 cabeças de gado por ano. A maioria eram lobos experientes e manhosos, alguns solitários solitários – por escolha ou por sua alcatéia ter sido dizimada.
Lobo e Blanca |
Grande parte desses lobos eram animais velhos pegos em armadilhas que não tinham mais força para caçar, atanco assim animais de fazenda. Pelo menos 19 eram animais idosos, com mais de dez anos. Judith Basin Wolf, um lobo magro e esquelético, teve sua idade avaliada em 18 anos quando foi abatido. Outro, conhecido como Old Whitey, depredou uma região do Colorado por quinze anos. Um deles, apelidado Custer Wolf e perseguido por quatro anos sem sucesso por uma recompensa de US$ 500, associou-se a dois coiotes depois que sua alcatéia foi destruída; ao ser finalmente morto, em 1920, viu-se que era um animal grisalho, velho e de tamanho médio (1,83 m de comprimento, 44 kg). Sete desses lobos tinham traços que sugeriam hibridização com cães domésticos.
A Segunda Fera de Geuvadan |
Um deles, porém, fugiu desse padrão liderando um pequeno grupo de, talvez, seis animais, fortes, saudáveis e ágeis – um deles foi visto caçando antílopes para a alcatéia. Era conhecido pelos mexicanos como El Rey e pelos estadunidenses como Lobo, o rei de Currumpaw (norte do Novo México). Sua alcatéia matou bezerros em grande quantidade entre 1889 e 1894 e 250 ovelhas em uma só noite, aparentemente por diversão (não foram devoradas). Foi abatido, junto com sua companheira Blanca, em troca de uma recompensa de US$ 1.000. Tinha 91 cm de altura e pesava 68 kg, sabia identificar armadilhas e não permitia à sua alcatéia alimentar-se de animais mortos, que poderiam ter sido envenenados. O caçador – Ernest Thompson Seton – publicou um relato da aventura, The Story of Lobo (incorporada a seu livro Wild Animals I Have Known) e uniu a pata de Lobo à sua assinatura. Mais tarde, tornou-se um conhecido defensor da natureza e do meio ambiente em geral e dos lobos em particular.
Um caso ainda mais famoso aconteceu entre 1764 e 1767, quando um suposto lobo matou pelo menos 64 pessoas no sul da França (63 mulheres e crianças e só um homem adulto) e atacou um total de mais de 150, nas regiões de Gévaudan e Vivarais, província do Languedoc. Ficou conhecido como a “La Bête de Gévaudan” (a Fera de Gévaudan) e inspirou o filme O Pacto dos Lobos.
Só em 1764, 74 lobos foram mortos na tentativa de destruir a Fera. Em 1765, foi abatido um grande animal que foi identificado como a “Fera”. Pesava 64 kg, tinha 87 cm de altura e 183 cm de comprimento total. Mas não era o verdadeiro assassino, ou pelo menos não o único: as mortes continuaram até que em 1767 foi morto um segundo animal, que pesava 58 kg.
Houve boatos de que o animal seria uma hiena, mas a mordida, tal como foi desenhada na época, parece mais a de um canídeo. Caçadores experientes, um cirurgião e o biólogo Buffon, que chegou a examinar a segunda carcaça, não duvidaram de que eram lobos, ainda que com características estranhas. Os focinhos pareciam longos demais (mandíbula de 45 cm, medida pelas mordidas) e a cauda (22 cm na segunda Fera) muito curta para um verdadeiro lobo. Os padrões de cores também eram atípicos: o primeiro tinha a garganta branca, o segundo era avermelhado. O comportamento foi ainda mais atípico, pois não há notícias de outros lobos não-raivosos que atacassem sistematicamente seres humanos. Parece provável que ambas as Feras, ou pelo menos a segunda, fossem híbridos de lobos com grandes cães domésticos.
3 comentários:
Grande pesquisa Kiba!
Interessante :)
É triste saber que lobos assim como outros bichos praticamente foram/são dizimados por humanos.
Valeu Kiba,mto legal o post ;)
Verdade... É lamentável como os seres humanos podem ser desprezíveis.
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