quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Inocência de Mãe



- Mãe?! Já dormiu mãe? Eu cheguei... Mãe?

A velha senhora Oliver se levantou bastante assustada com a gritaria de seu filho Jonathan.

- Mãe eu estou de volta. Fique feliz mulher, demonstre alguma atitude!
- Mas filho, onde é que você esteve todo esse tempo hein? Você me deve algumas explicações não concorda?

Jonathan não queria dar explicação alguma, apenas queria que sua mãe estivesse feliz com sua chegada. Parecia bastante feliz, na verdade estupidamente feliz e isso assustava um pouco a senhora Oliver.

- Então Jon, onde esteve?
- Mãe... Mãe... Não pergunte tanto mulher! Assim me faz lembrar-se de meu pai e a senhora bem sabe que pouco me importei com a morte dele...
- Não venha me falar mal de seu pai hein rapaz!

O jovem parecia estranho, a intensa felicidade que aparentava estar, contrastava com o pouco brilho de seus olhos e com seu estado físico, tão magro, pálido, não devia ter dormido se quer meia hora nas últimas semanas em que esteve sumido.

- Jon... Você está me parecendo doente e bem sabe que essa maldita peste está atacando a todos por aí. Devia se preocupar com sua saúde e comigo também! Como some semanas e não me dá a mínima satisfação? Se você morresse hein?
- Morte? Que morte minha mãe? A única diferença é que a vida te mata e a morte te liberta.

A senhora Oliver deu uma tapa na face direita de Jon, que apenas sorriu. Ele parecia estar no ápice da loucura, ninguém fica feliz daquele jeito de uma hora pra outra. Passando a mão na bochecha dolorida e olhando para a cara de espanto da mulher, Jon fala.

- Orgulhosa por tocar na face de um Deus? Porque eu me sinto imundo com o toque de uma mortal. Acredite, não é por ser minha mãe que seu castigo será menor.

A pobre mulher encolhia-se num canto da casa sem saber ao certo o que acontecera com seu menino bondoso e preocupado com a mãe.

- Eu juro que vim aqui a fim de oferecer o dom a você, mas vejo que é inútil, uma mortal imunda como todos os outros, são meros rebanhos de sangue com a utilidade de nos alimentar e infelizmente “minha mãe”, mas você partirá em breve.

As presas a mostra e um olhar morto e faminto, Jon chegava perto de sua mãe ameaçadoramente. A senhora Oliver humildemente agachou-se lentamente enquanto Jon já ficava com a face desumanizada. Os olhos tornavam-se totalmente negros, agora era fato que aquele não era mais um homem normal.

A velha, prestes a encontrar com a morte, tem um último movimento antes da ação do vampiro, o tempo para por alguns instantes e um corpo cai debatendo-se no chão, morrendo segundos depois. O assassino olha à vítima atentamente e fala:

- Me perdoe! Por favor, pequeno Jon me perdoe, mas infelizmente você teve o mesmo destino de seu pai.

Tranquilamente a velha senhora Oliver passa por cima do corpo de Jonathan e vai deitar-se em sua cama, completamente desprovida de culpa.

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