André Vianco
ENTREVISTA:
Ademir Pascale: Quando iniciou a sua paixão
pelo gênero gótico?
André Vianco: Desde a infância lembro de parar na
frente da televisão para assistir a filmes de horror
e fantasia. O primeiro livro que li era de um
monstrinho que comia tudo que aparecia pela frente
até que engoliu um lago inteiro e explodiu. Sempre
curti as histórias sombrias, na ficção e no mundo
real.
Ademir Pascale: O gênero gótico é bem abrangente,
mas o seu forte são os Vampiros. Por quê?
André Vianco: Aconteceu de serem os vampiros. Dentro
da ficção, acho que os vampiros são as criaturas que
mais chamavam-me a atenção. Daí, no ano 2000, lancei
minha primeira história, meu primeiro romance e era
justamente “Os sete”, onde narrei a aventura de sete
vampiros encalacrados numa caixa de prata em
Portugal descobertos no Brasil 500 anos depois. O
duro é que a história continuava e, para um escritor
estreante, seria difícil publicar logo de cara um
livro com 800 páginas. As continuação de “Os sete”
foram naturais, vindo “Sétimo” e as histórias do “O
turno da noite” em 3 volumes.
Ademir Pascale: É verdade que você vai adaptar para
as telonas o romance "A Casa"? Caso sim, existe a
possibilidade de adaptação de outras obras de sua
autoria para o cinema? Se sim, quais?
André Vianco: É verdade. “A casa” está em
pré-produção, na Estação TV e deve ter as filmagens
iniciadas ainda esse ano. Estou escrevendo para
cinema e TV, alguns estúdios estão procurando para
produzir tanto “Os sete” quanto “Bento”, grandes
estúdios de fora já começaram a sondar a
possibilidade. Tenho que ser criterioso nesse
momento. A obra quando sai do papel para um meio
audiovisual pode ser muito broxante para quem
acompanhou aquilo página por página. Nesse ponto sou
chato, não cedo os direitos sem que se faça um
contrato muito bem elaborado. Não vou deixar ninguém
destruir uma história só por vaidade, tem que
esperar a hora certa para dar esse passo. No momento
estou desenvolvendo um projeto de minissérie, uma
idéia inédita ainda e também uma peça de teatro que
me foi encomendada.
Ademir Pascale: É verdade que você passou por
dificuldades para conseguir a publicação da obra "Os
Sete"? Você encontrou obstáculos no início da sua
carreira?
André Vianco: Claro que encontrei dificuldades. Acho
que todo mundo que está começando sempre tromba com
uma pedra aqui e ali. Nenhuma editora queria meus
trabalhos na época. Meu livro só saiu da gaveta
porque estava decidido a publicá-lo e terminei
pagando uma gráfica para ter esse desejo
concretizado. Daí passei um ano distribuindo por
conta até que a primeira editora topou tocar o
projeto adiante. O negócio é não desistir nunca. Se
você acredita no seu talento, no seu projeto, siga
em frente. Os dias nublados ficarão para trás.
Ademir Pascale: Como você se sente em saber que "O
Sete" já vendeu mais de 50.000 exemplares?
André Vianco: Sinto-me bem. Principalmente porque
trabalhar com cultura no Brasil, ser escritor no
Brasil é muito complicado. É uma recompensa.
Ademir Pascale: Você sente saudades do cargo de
redator do departamento de jornalismo da rádio Joven
Pan 2?
André Vianco: Sinto saudades da dinâmica do lugar.
Aprendi muito trabalhando na Jovem Pan 2, foi uma
época muito divertida da minha vida.
Ademir Pascale: O que você acha da internet para a
divulgação do seu trabalho?
André Vianco: Fundamental. Graças a internet consigo
estar em contato com meus leitores. Gosto muito
disso. Troco idéias sem muita frescura. Só não fico
escrevendo “venu”, “legau” e “nakele”, coisinhas que
infestaram a net. Sem contar que a divulgação, para
qualquer escritor é a alma do negócio. Posso falar
com leitores de norte a sul sem ter que investir
horrores em propaganda ou me deslocar toda semana.
Ademir Pascale: Qual foi a repercussão na mídia no
início da sua carreira? Em geral, a mídia abre as
portas para os escritores brasileiros?
André Vianco: O problema com a mídia e os escritores
nem é se esse cara é novo ou já tem um tempo na
estrada. O que acontece é que literatura tem pouco
espaço nos veículos, sejam jornais, revistas, TV ou
o diabo. Tirando as publicações e programas
especializados os escritores tem que disputar
espaços ridículos onde fala-se sobre livros. Hoje
divulgam mais meu trabalho, acho que é uma evolução
natural quando um profissional está ai, produzindo,
e coisa e tal.
Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?
André Vianco: Putz. Inúmeros. O lance é que amo
mesmo escrever. Então não paro de ter idéias, de
criar. Dirigi dois curtas já, me preparando para o
cinema. Meu maior sonho hoje em dia é rodar um longa
metragem meu. Estou escrevendo para teatro também e
minisséries. Queria muito emplacar essas idéias aqui
no Brasil porque o que eu produzo tem tudo a ver com
nossa terra, nossa gente, nossas idéias. Bem, vamos
ver onde tudo isso vai parar.
Perguntas Rápidas:
Uma livro: Bando de pardais
Um autor(a): Vitor Hugo
Um ator ou atriz: Pedro Cardoso
Um filme: Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Um dia especial: hoje
Um desejo: ser campeão de truco
Ademir Pascale: Foi um imenso prazer
conversar contigo. Desejo-lhe muito sucesso. Um
forte abraço.
André Vianco: Eu que agradeço. Abraço a todos
e leiam muito! Quer conhecer mais sobre André Vianco?
Visite meu site:
www.andrevianco.net
Algumas capas de A. Vianco:
3 comentários:
Me Lembro de Sétimo, foi um ótimo livro que li, me identifico com ele nas dificuldades que nos, escritores, temos no mundo antes de publicar o livro, a falta de apoio acaba quase destruindo todos os nossos sonhos, mas nunca desistir e o ponto principal! Muito bom o post L.Wolf!
Eu li "Os Sete", é muito bom e o que me deixou surpresa também é o "Lobo" e que o livro não segue só um personagem. Realmente, concordo com isso de falta de apoio, no Brasil é muito dificil publicar um livro e ser reconhecido, mas não é impossivel xD
Obrigada!! *-*
Interessante, quando me sobrar tempo estarei lendo "Os setes", sou todo contrário começo pelo final e depois vou para o inicio, Sim, vocês está de parabéns!
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.