segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Repost: Feras Modernas – As Forças que Comandam


Os lobisomens são seres que nascem com aparência humana e só vem a conhecer sua real forma quando fazem a Primeira Transformação, esta que deve ocorrer na mesma Lua em que ele nasceu. Vivem como se estivessem em dois mundos, mas não são bem vindos em nenhum. Os humanos e os espíritos são os “parentes”, mas não são bem vistos nem por um e nem por outro. Muitos licantropos possuem fortes problemas com espíritos e por respeito evitam adentrar territórios como cemitérios, por exemplo (o Arcanjo Lycan também serve de exemplo). A Lua inconstante governa o fluxo e o refluxo do sangue.

Os predadores da era contemporânea caçam em florestas de asfalto, alvenaria e vidro. Suas presas e garras são colocadas a prova em meio a um mundo repleto de câmeras. Seus sentidos lhe mostram aspectos do mundo que ele nunca viu. Debaixo da pele humana, há uma Fera claustrofóbica que anseia por liberdade. O terno de carne humana abafa seus sentidos, somente a mudança o torna completo novamente.

Somente os lobisomens são capazes de experimentar emoções tão intensas. Suas alegrias são mais profundas, seus episódios melancólicos, mais assoberbantes. Mas absolutamente nada faz um coração lupino bater mais do que a ira.

À medida que ele cresce, a raiva vai amadurecendo em sua alma e se fortalece, cresce junto até se transformar numa força de intensidade brutal. Se ele permitisse, toda essa força o sufocaria até a morte, por isso ela precisa ser liberada e o lupino procura uma oportunidade para liberar toda essa ira. Ele assume sua forma real, como quando um guerreiro veste sua armadura... Só a Fera fala agora!

Por mais difícil que seja controlar os instintos predatórios, o lobisomem ainda assim precisa tentar. Aquele que cede com freqüência a sua raiva, que caça mesmo quando não tem fome ou devora a carne de seus irmãos acaba tornando-se cada vez mais bestial. Mas o lupino não pode negar a sua verdadeira natureza. A recusa de transformar-se a luz de sua Lua de Nascimento e correr por aí sob sua forma natural pode distorcer a noção de identidade do lobisomem e levá-lo a loucura.

O lobisomem não pode se render aos seus desejos predatórios, tampouco pode renegá-los. Somente ao trilhar um estreito caminho do equilíbrio, exatamente entre o homem e a fera é que ele encontra um pouco de paz. Esses momentos são fugazes e muito frágeis ao luar, mas representam o âmago e alma daquilo que faz o povo lupino continuar lutando.

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