Uma dor imensa tomou-me por inteiro, tremi as pernas e senti pesar sobre meus ombros todas as fobias e preocupações dessa e de vidas passadas. Ouvia vozes de mulheres e crianças gritando junto de uma multidão enfurecida que clamava pela minha cabeça.
Culpa essa a do destino que me fez assim, sempre soube de todos os meus erros e nunca ousou alterar sequer um minuto de minha vida, tão mais divertido fora manter tudo igual e ver-me sofrer que o meu próprio destino ria num riso longo e gostoso de si ouvir. Se não fossem minhas as dores causadoras de tanta diversão, eu também estaria sorrindo junto a ele.
Muitos riam com a situação e suas felicidades me incomodavam literalmente, aqueles olhos brilhantes me observavam não tão longe, mas suas mentes sim pareciam distantes, tão maldosas e repletas de crueldade eram estas pessoas que agiam como se estivessem numa festa da realeza.
A amargura da morte tomara conta de minha boca, os olhos ardiam, a pele em chamas, aquilo era realmente o que eu merecia, exatamente como deveria ser feito, senti a remissão de cada um de meus pecados e senti-me santificado.
Abaixei minha cabeça, a execução estava terminada, o corpo não mexia, porém a pele permanecia quente pelo calor de algumas chamas, algumas pessoas permaneciam no local, não poderiam perder nenhum segundo de diversão. Passei a mão sobre minha testa suada e indaguei-me sobre quanto tempo iriam demorar pra descobrir que acabaram de matar o homem errado, enquanto eu assistia toda a execução. Enganaram-se pela vontade de ver alguém sentindo dor, sofrendo, morrendo... Uma pena, agora não eram muito diferentes do que eu sou, mas pelo menos eu sempre tenho a total certeza de quem eu dou a punição.
4 comentários:
Amo seu blog
Aii como eu demorei pra encontrar um blog perfeito assim!!
destino??
affss to seguindo!!
Muito bom, continue escrevendo!
Maravilhoso texto [perfeito]! Parabéns mesmo!
Cuidadosamente perfeito, também, o seu blog!
Beijos,
Maria Barros
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